domingo, 18 de setembro de 2011

Introdução geral do Missal Romano


CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA “MISSALE ROMANUM”

Promulga o Missal Romano, restaurado conforme o Vaticano II. Foi promulgado por Pio V, em 1570, conforme Trento. Estabelece que: textos e ritos exprimam mais claramente as realidades sagradas que significam; manifestem melhor o sentido de cada uma das partes da Missa e a ligação entre elas; facilitem a participação piedosa e ativa dos fiéis. Não é uma reformulação improvisada, mas fruto de longo processo conforme progresso das disciplinas litúrgicas. As cerimônias foram simplificadas, conservando-se cuidadosamente a substância. Foram restaurados ritos que tinham caído em desuso, como: homilia, oração dos fiéis e ato penitencial. Manifestou melhor o desenvolvimento do mistério da salvação, a partir da Palavra revelada, distribuída num período de três anos.

INTRODUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO

            Apresenta a natureza sacrifical da Missa, a identidade entre o Sacrifício da Cruz (cruento) e sua renovação sacramental na Missa (incruento) e a Missa como sacrifício de louvor, ação de graças, propiciação e satisfação.
            Afirma a presença real de Jesus Ressuscitado sob as espécies eucarísticas, o que exige respeito e adoração na Consagração e em toda a liturgia eucarística, assim como na Quinta-feira Santa e na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Por isso, a comunhão sob as duas espécies foi permitida em algumas ocasiões, desde que se explique que Cristo se faz presente por inteiro tanto no pão como no vinho consagrados.
            A natureza do sacerdócio ministerial se evidencia no rito, pelo lugar e função do sacerdote, conforme a Missa do Crisma. A natureza do sacerdócio comum dos fiéis atinge sua plena realização mediante o ministério dos sacerdotes, em união com o Sacrifício de Cristo, único Mediador. Cada um participa a seu modo na liturgia.
            O novo Missal foi restaurado segundo a norma dos Santos Padres, o que não exige apenas que se conserve o que os nossos antepassados mais recentes nos legaram, mas também que se assuma e se julgue do mais alto valor todo o passado da Igreja. A celebração da Missa possui valor catequético, sobretudo na homilia.
            Importância e dignidade da liturgia eucarística: A Missa é o centro de toda a vida cristã, ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo em Cristo e do culto que os homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus. Nela, no decorrer do ano, são relembrados os mistérios da redenção. Ela é ação de Cristo e da Igreja, na qual o sacerdote cumpre seu múnus principal e age sempre pela salvação do povo.
            Estrutura da Missa: ela consta de duas partes: a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração.
Diversos elementos da Missa: leitura e explanação da Palavra de Deus; orações próprias do sacerdote; outras fórmulas. Na liturgia da Palavra é Deus quem fala por meio dos ministros. As orações próprias do sacerdote são: oração eucarística, oração do dia, oração sobre as oferendas e oração depois da comunhão, monições e exortações, bênção final; exigem que sejam proferidas só pelo sacerdote em voz alta e escutada por todos atentamente. Outras fórmulas são: diálogos entre sacerdote e assembléia; aclamações dos fiéis; ato penitencial; profissão de fé; oração universal; oração do Senhor. São ritos independentes: Glória, Aleluia, Santo, anamnese e canto depois da comunhão.
Maneiras de proferir os diversos textos: a voz corresponda ao gênero próprio do texto (leitura, oração, canto) e à forma de celebração (solenidade, festa, memória).
Importância do canto: O canto é parte integrante da liturgia. Não é necessário cantar sempre todos os textos destinados ao canto, mas nunca falte o canto dos ministros e dos fiéis nas celebrações dominicais e festivas.
Gestos e posições do corpo: Devem contribuir para o decoro e nobre simplicidade de toda celebração, para que se compreenda o verdadeiro e pleno significado de suas partes e se favoreça a participação de todos. A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar, é sinal de unidade. Os fiéis permaneçam de pé: do início do canto de entrada até a oração do dia, ao canto antes da proclamação do Evangelho e durante toda a liturgia eucarística. Ajoelham-se: durante a consagração (conforme estado de saúde, espaço e grande concentração de fiéis) ou façam uma inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração. Sentam-se: durante as leituras antes do Evangelho, a homilia, a preparação das oferendas e o silêncio sagrado após a comunhão. Deve haver silêncio: antes da celebração; no ato penitencial; após o convite à oração; após as leituras e homilia; após a comunhão.
Partes da Missa: ritos iniciais, liturgia da palavra, liturgia eucarística e ritos finais.
Ritos Iniciais: precedem à liturgia da palavra: entrada, saudação, ato penitencial, Kyrie, Glória e oração do dia. Sua finalidade é criar a comunhão dos fiéis, reunidos em assembléia, e sua disposição para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia.
Finalidade do canto de entrada: abrir a celebração, promover a união dos fiéis, introduzir no mistério do tempo litúrgico e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros.
Saudação ao altar e ao povo reunido: Ao altar, se faz uma inclinação profunda, se beija e incensa. Ao povo, se faz pela saudação que expressa o mistério da Igreja reunida.
Ato Penitencial: convite, pausa, fórmula da confissão geral e absolvição não sacramental do sacerdote. Pode ser omitido ou feito com bênção e aspersão da água em recordação ao batismo. Através do Kyrie, os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia.
Glória: É um hino, não trinitário, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto desse hino não pode ser substituído por outro. É cantado ou recitado nas festas solenes e aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma.
Oração do Dia: Serve para que, em silêncio, os fiéis tomem consciência de que estão na presença de Deus e formulem interiormente os seus pedidos. Esta oração é dirigida ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. Na Missa sempre se diz uma única oração do dia.
Liturgia da Palavra: Sua parte principal é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração dos fiéis. Ela deve ser celebrada sem pressa e com breves momentos de silêncio, de tal modo que favoreça a meditação.
Leituras: São sempre proferidas do Lecionário ou da Bíblia no Ambão. O ofício de proferir as leituras é função ministerial e não de quem preside. Não é permitido trocar as leituras e o salmo responsorial, constituídos da palavra de Deus, por outros textos não bíblicos.
Salmo Responsorial: É parte integrante da liturgia da palavra, deve ser cantado, pelo menos o refrão, e não pode ser substituído por outro canto de meditação.
Aclamação antes da proclamação do Evangelho: Após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, todos cantam, de pé, o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico.
Homilia: É parte da liturgia, indispensável para nutrir a vida cristã; nunca deve ser proferida por um leigo.
Profissão de Fé: Tem a finalidade de recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaristia. Deve ser rezada sempre aos domingos e festas litúrgicas.
Oração dos Féis: Nela, os fiéis exercem sua função sacerdotal, de elevar preces a Deus pela salvação de todos. Cabe ao sacerdote celebrante, de sua cadeira, dirigir esta oração, introduzindo-a e concluindo-a. As intenções sejam proferidas pelo(a) leitor(a) do ambão ou de outro lugar apropriado.
Liturgia Eucarística: A Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que correspondem às palavras e gestos de Cristo na última Ceia, quando instituiu o sacrifício e a ceia pascal. De faro, na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos; na Oração Eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo; pela Fração do Pão e pela Comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do Senhor, assim como os Apóstolos, na última Ceia.
Preparação dos Dons: Primeiramente prepara-se o altar, centro da liturgia, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o missal e o cálice. A seguir, trazem-se as oferendas. Também são recebidos o dinheiro e outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a Igreja, que são colocados fora do altar.
Canto do Ofertório: Acompanha a procissão das oferendas. O sacerdote pode incensar as oferendas colocadas sobre o altar, assim como a cruz e o altar; o diácono ou acólito incensam o sacerdote e o povo. Só depois o sacerdote lava as mãos, ao lado do altar, expressando o seu desejo de purificação interior.
Oração sobre as Oferendas: Conclui a preparação das oferendas.
Oração Eucarística: É o centro e o ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. Nela, os fiéis se unem com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. Ela compreende: ação de graças (Prefácio), encerrada pelo Santo; epiclese, pela qual a Igreja implora que os dons oferecidos sejam consagrados; narrativa da instituição e consagração; anamnese, pela qual a Igreja faz memória do próprio Cristo, de sua paixão, morte, ressurreição e glorificação; oblação, pela qual os fiéis oferecem ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada e a si próprios; intercessões, que exprimem a comunhão da Igreja; doxologia final, que exprime a glorificação de Deus.
Ritos de Comunhão: Pai nosso e embolismo; rito da paz; fração do pão e Cordeiro de Deus; comunhão.
O Pai Nosso é rezado por todos; sua letra não pode ser alterada. O embolismo é rezado só por quem preside.
No Rito da Paz, a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e os fiéis expressam entre si a comunhão eclesial e a mútua caridade, apenas aos que lhe estão mais próximos.
Fração do Pão: Este rito é reservado só ao sacerdote e ao diácono. É realizado após a transmissão da paz. Significa que muitos fiéis, pela comunhão no único pão da vida, que é Cristo, formam um só corpo. A súplica Cordeiro de Deus acompanha o rito.
Comunhão: As hóstias sejam consagradas na mesma Missa. O canto da comunhão acompanha o rito A oração depois da comunhão, pela qual se implora os frutos do mistério celebrado, faz parte do rito de comunhão. Antes dela, jamais seja dado algum aviso, mas pode ser cantado um salmo ou hino de louvor.
Ritos de Encerramento: A eles pertencem: breves avisos; homenagens ou condolências; saudação e bênção do sacerdote; despedida do povo; beijo ao altar pelos sacerdotes e inclinação profunda ao mesmo pelos outros ministros.

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