domingo, 18 de setembro de 2011

Noções sobre Ciclos e Tempos Litúrgicos



                                                            
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Noções sobre ciclos e tempos litúrgicos 
“Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja, se exerce e prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a santificação dos homens e a glorificação de Deus” (SC 7).

1- Quando se celebra?

            As celebrações litúrgicas acontecem num determinado momento do dia, da semana, do ano, ou num momento especial da vida ou da história do povo. Seguindo os ritmos cósmicos e os ritmos da vida humana, do nascer ao morrer, as celebrações atribuem significado ao tempo e conferem sentido à vida.

            O tempo cronológico, medido por horas, dias, meses e anos, é algo que amedronta, pois nos envelhece e dele não temos controle. Mas, como cristãos, herdeiros do povo judeu, aprendemos que o tempo que passa pode ser transformado em tempo de salvação (kairós), em páscoa, passagem da morte para a vida. Na história do povo de Israel, os “kairós” se identificam com as intervenções inesperadas de Deus, com momentos decisivos como o êxodo, o exílio, a volta do exílio e tantos outros êxodos e exílios... Para nós os cristão, a morte e a ressurreição de Jesus foi o grande kairós, a irrupção definitiva de Deus na plenitude do tempo, a grande surpresa de Deus no coração da história humana. À luz da ressurreição de Jesus, o tempo que passa é invadido pela presença amorosa de Deus que dá pleno sentido ao tempo presente.

            A organização do tempo faz parte da estrutura simbólico-sacramental da liturgia, feita de sinais sensíveis (cf. SC 7). O sinal sensível é o tempo, ao qual associamos o mistério da páscoa de Jesus, de tal maneira que “o Ano Litúrgico goza de força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã” (Paulo VI).

            A liturgia cristã faz memória dos acontecimentos da salvação, celebra ao mistério pascal de Jesus desde o nascimento até sua ascensão, ao longo do ano, seguindo três ritmos: diário, semanal e anual. Fazemos memória da páscoa de Jesus em determinadas horas do dia, em determinado dia da semana e em determinado tempo ou data do ano...

1.1  Ritmo Diário

No ritmo diário, há dois momentos que se destacam: manhã e tarde, segundo o movimento do sol que nasce e que se esconde, marcando o início e o fim de cada dia, o tempo do trabalho e do descanso. Ao sinal sensível do amanhecer e do entardecer, associamos o mistério central da nossa fé, morte-ressurreição de Jesus. O Ofício Divino (Liturgia das Horas) é uma referência para a oração cotidiana, reatando com a antiga tradição da Igreja de se reunir nessas horas do dia para fazer memória da páscoa.

                                                                                                                              1.2  Ritmo Semanal

No ritmo semanal, destaca-se o DOMINGO, páscoa semanal, dia de repouso e de meditação, não como preceito, mas como direito; dia de reunião, da escuta da Palavra de Deus e da Eucaristia. Com a presença do Ressuscitado e do seu Espírito, cada domingo é portador de uma nova luz no meio do nosso cotidiano sobrecarregado de trabalho, de compromisso, de tensões...

1.3 Ritmo Anual

No ritmo anual, destacam-se o ciclo do natal, o ciclo da páscoa e o tempo comum.

ü   Ciclo do Natal: o ciclo do natal engloba advento, festas do natal e tempo do natal e faz memória da manifestação do Senhor em sua encarnação e em nossa história. Proclama que o Senhor vem, celebrando a memória de sua vinda em nossa humanidade. São quatro semanas de advento preparando o natal, com mais intensidade a partir do dia 15 (novena de natal); as solenidades do Natal, da Epifania do Senhor e da Mãe de Deus; as festas da Sagrada Família e do Batismo do Senhor.

ü   Ciclo Pascal: o ciclo pascal engloba quaresma, tríduo pascal e tempo pascal para celebrar de modo mais intenso a caminhada pascal do Senhor e da Igreja. Na quaresma, as comunidades se preparam para a grande celebração pascal, dedicando maior atenção à Palavra, à oração e à solidariedade, sobretudo através da Campanha da Fraternidade. Esta caminhada culmina na vigília pascal, ponto alto do tríduo pascal. E a páscoa continua 50 dias, o pentecostes, compreendido como um só dia de festa. O domingo de pentecostes é o último dia do tempo pascal.
 

ü   Tempo Comum: a páscoa é a mística que unifica todas as celebrações do ano. O tempo comum, sem negar o inédito das festas anuais, nos desafia a impregnar de páscoa o ano inteiro. Cada domingo do tempo comum tem a função de nos tirar da monotonia e reacender em nós a alegria da vida que vence a morte. Iniciando no dia seguinte à festa do Batismo do Senhor, o tempo comum vai até a terça-feira de carnaval. É interrompido pelo ciclo pascal e recomeça na segunda-feira depois de pentecostes até o sábado, véspera do primeiro domingo do advento.

ü   Festas do Senhor e das Testemunhas do Mistério Pascal: há ainda as comemorações do Senhor, de Maria e dos Santos e Santas que ocorrem, sobretudo, no tempo comum:

*        Solenidade da Santíssima Trindade, no primeiro domingo depois de pentecostes;
*        Solenidade do Ssmo. Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade;
*        Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira da 2ª semana depois do domingo de pentecostes;
*        Solenidade de Jesus Cristo, Senhor do Universo, no último domingo do tempo comum;
*        Anunciação do Senhor – 25 de março;
*        Apresentação do Senhor – 2 de fevereiro*;
*        Transfiguração do Senhor – 6 de agosto*;
*        Exaltação da Santa Cruz*;
*        Imaculada Conceição de Maria, Mãe do Senhor – 8 de dezembro*;
*        Nascimento de São João Batista – 24 de junho*;
*        Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida, Mãe do Senhor – 12 de outubro*;
*        Todos os Santos – sempre no domingo após 1º de novembro;
*        Comemoração dos fiéis defuntos – 2 de novembro*;
*        Dedicação da Basílica de Latrão – 9 de novembro*;
*        São Pedro e São Paulo, Apóstolos – sempre no domingo entre 28 de junho e 4 de julho;
*        Assunção de Nossa Senhora, Mãe do Senhor – sempre no domingo seguinte ao dia 15 de agosto.                                 





Cores usadas na liturgia
 

Ø   Verde – Tempo Comum
Ø   Roxo – Quaresma e Advento
Ø   Vermelho – Sexta-feira Santa, Pentecostes e Mártires
Ø   Branco – Páscoa, Natal, Festas do Senhor, dos Santos e Santas
Ø   Róseo – no 4º domingo da quaresma e 3º domingo do advento
Ø   Amarelo – cor alternativa para a páscoa e o Natal

 

Ministério de Proclamação da Palavra


1- A importância da Palavra de Deus na Liturgia  
 Não devemos nos esquecer que é Deus mesmo quem nos fala através dos textos da Sagrada Escritura, proclamados na Liturgia da Palavra de uma Celebração Litúrgica. Seja por meio de um Profeta do AT ou de um Apóstolo do NT ou de seu próprio Filho, Jesus Cristo, Palavra de Vida, no Evangelho.  
 2- O lugar próprio do Anúncio da Palavra na Liturgia  
 O lugar próprio para se colocar o Livro da Palavra (Lecionário ou Bíblia) e proclamar a Palavra de Deus é a Mesa da Palavra ou Ambão. Deve ser um lugar tão importante quanto a Mesa da Eucaristia ou Altar, pois, da mesma maneira que o Altar é a mesa onde é partilhado o Pão da Eucaristia, o Ambão é a mesa onde é partilhado o Pão da Palavra.  
 3- Leitores e Leitoras  
 Não há celebração litúrgica sem uma leitura da Palavra de Deus. Numa reunião mais informal (círculo bíblico, novena de natal, campanha da fraternidade em família...), qualquer participante que saiba ler e consiga fazer a leitura de forma compreensível poderá fazê-la. Mas, numa liturgia dominical ou festiva coordenada por uma equipe, as leituras são preparadas com antecedência. Portanto, quem vai fazer a leitura deverá sabê-lo com antecedência. Geralmente, há uma equipe de leitores e leitoras que se revezam, em rodízio. Para se poder exercer bem este serviço, é importante que seja oferecida a estes leitores uma formação bíblica, litúrgica, espiritual e prática.  
4- Um verdadeiro ministério litúrgico  
 Os leitores e leitoras não são meros “ajudantes do padre”, mas exercem um ministério próprio, a partir do seu sacerdócio de batizados. Trabalham como verdadeiros representantes de Cristo, animados pelo seu Espírito. Não estão aí para aparecer, mas realizam nada mais do que um serviço comunitário, eclesial.  
 5- Fazer a leitura? Ou proclamar a Palavra?  
 Fazer a leitura significa apenas ir lá na frente, ler o que está escrito, para informação minha e da comunidade, ou, o que acontece na maioria das vezes, por pura formalidade (uma tragédia!).  
Proclamar a Palavra é um gesto sacramental. Coloco-me a serviço de Jesus Cristo para que, através da minha leitura, da minha voz, da minha comunicação, Ele possa falar pessoalmente ao seu povo reunido. O documento do Concílio Vaticano II sobre a liturgia (Sacrosanctum Concilium) diz, no seu número 7: “Presente está pela Palavra, pois é Ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja”, ou seja, na comunidade reunida. Jesus Cristo fala à assembléia litúrgica, pela mediação do leitor ou da leitora, que podem ser chamados verdadeiros ministros da Palavra.  
O anúncio da Palavra do Senhor não é uma simples leitura. Não devemos, portanto, indicar qualquer pessoa para “fazer leitura”, de improviso, na última hora. O Proclamador da Palavra deve: ter um mínimo de preparo para a leitura em público; pronunciar as palavras com clareza, sem pressa e corretamente; ter consciência de que a Palavra deve ser proclamada e não só lida; procurar exprimir não somente as idéias, mas também os sentimentos contidos no texto que está proclamando; saber usar corretamente o microfone; acreditar naquilo que está anunciando; e saber que o próprio Deus está querendo se comunicar com o seu povo através dele.  

6- Uma doença a ser curada: o formalismo  
 Em nossas comunidades, a liturgia precisa ser curada urgentemente de uma doença muito séria: o formalismo, ou seja, fazer as coisas simplesmente por mera rotina. Precisamos descobrir a liturgia como um diálogo vivo e atual de Jesus com seu povo e de nós com Ele. Mas isso só se torna possível se levarmos a sério a presença atuante e dinâmica do Senhor e do seu Espírito em cada liturgia da Palavra que realizamos.  
 7- Como são escolhidas as leituras para a celebração?  
 A Igreja nos oferece um conjunto de leituras para as celebrações dominicais e semanais, contido nos lecionários, que possibilita à comunidade, ao longo de três anos, tomar contato com as partes mais importantes das Sagradas Escrituras, dentro da pedagogia e da espiritualidade própria dos tempos litúrgicos. Cada ano vem caracterizado pela proclamação de um dos evangelhos chamados sinóticos: Ano A, Mateus; Ano B, Marcos; Ano C, Lucas. O Evangelho segundo João ocupa as festas e tempos fortes do ano litúrgico (Advento, Natal, Quaresma, Páscoa) e ainda João 6 completa o evangelho segundo Marcos, no Ano B.  
Para os domingos, é a partir dos evangelhos que são escolhidas as primeiras leituras. O salmo é uma resposta à primeira leitura e a aclamação ao evangelho geralmente é tirada do evangelho do dia. A segunda leitura é uma leitura semi-contínua das cartas do Novo Testamento, em seus trechos mais importantes, sem preocupação de ligação com as outras leituras.  
Para os dias da semana, há uma lista de leituras bíblicas para dois anos: pares e ímpares. O evangelho é sempre o mesmo a cada ano; só mudam a primeira leitura e o salmo.  
 8- Como preparar uma leitura?  
 a) Preparação com a equipe de liturgia: confronto da Palavra com a realidade da comunidade.  
b) Preparação pessoal: o leitor precisa entender e crer na Palavra que está proclamando. É preciso primeiro conhecer o texto em si (circunstâncias em que foi escrito, para quem se dirige), sua relação com o conjunto da revelação e do mistério de Cristo (fundamentalismo) e qual o sentido do texto para nós, hoje.  
c) Conheça bem o texto: Faça a si mesmo as seguintes perguntas:  
- Qual o contexto do texto na Bíblia? Onde e quando foi escrito? Para quem foi escrito? Com que objetivo?  
- Quais são os personagens que aparecem  
- Em que ambiente está se passando?  
- Qual a mensagem ou idéia principal do texto?  
- Qual o gênero literário? (Carta? Poesia? Oração? Lei? Narrativa? Parábola? Exortação? Profecia?)  
- Há palavras difíceis no texto? Use o dicionário ou consulte alguém que possa ajudá-lo.  
- Quais as várias partes da leitura? (Introdução, conclusão, o fio condutor, o ponto alto...)  
d) Sintonize-se com o texto, coloque-se dentro dele. Pergunte-se: o que através desse texto Deus diz para mim? O que eu digo a Ele, após essa leitura? Que caminhos novos se abrem para mim em minha vida?  
e) Treine a expressão do texto: grife a frase principal, marque as pausas; procure o tom de voz que mais combina com o gênero literário; dê ênfase às palavras mais importantes; cuide bem da respiração e da dicção, pronunciando bem cada palavra, cada sílaba; diga o texto algumas vezes em voz alta.  
f) Faça da preparação da leitura, antes de tudo, uma meditação e uma oração, tendo Maria como modelo (cf. Lc 2, 19.51). “Coma” a Palavra, como Ezequiel (cf. Ez 3,1-11) e João (Jo 10,10s).  
g) Que tal começar a preparar a leitura de sábado ou domingo no início da semana?  
 9- Como proclamar uma leitura?  
 Em primeiro lugar, não leia simplesmente, de maneira formal, mas proclame a Palavra. Empreste sua voz a Deus para que Ele comunique à comunidade a sua Palavra que liberta, dá vida, corrige e salva.  
Preocupe-se não com o passado, mas com o presente e o futuro. Como esta leitura vai se realizar hoje, no contexto atual? Veja como Jesus proclamou a Palavra numa celebração em Nazaré, em Lc 4, 16-22.  
Lembre-se de que é Deus quem fala. O leitor é um ministro, um instrumento, porta-voz do Senhor.  
Para cada gênero literário, há um tom de voz e uma maneira diferente de se proclamar a Palavra.  
Exprimir os sentimentos do autor e dos personagens apresentados.  
No momento de proclamar a leitura, dirija-se à estante (ao ambão) com tranqüilidade. Esteja sóbria e decentemente vestido. Coloque-se em pé, com a cabeça erguida, as costas retas para poder respirar melhor. As mãos na estante com o Livro. Não cruze as pernas, não se apóie numa perna só nem fique com as mãos no bolso ou com os braços cruzados. Se houver microfone, confira se ele está ligado e mantenha-o na altura certa (logo abaixo do queixo). Olhe para a assembléia, “reúna”, “chame” o povo com o olhar. Jogue como que uma “ponte” até as últimas fileiras; estabeleça contato. Tudo isso em silêncio. Não olhe com cara feia, mas deixe que o seu rosto exprima um pouco dos sentimentos de Jesus para com seu povo.  
Proclame a Palavra, de maneira calma e pausada, com dicção clara, e observando tudo o que foi dito acima. Não perca o contato com a assembléia. Vá acompanhando com o dedo indicador as palavras do texto.  
Ao terminar, aguarde a resposta da assembléia e, com calma, deixe a estante e volte ao seu lugar.  

O Tempo Litúrgico

Como vivenciar o tempo litúrgico?

A mais antiga tradição litúrgica em se tratando de tempo para celebrar fala do 'domingo' (dia do Senhor, dia da ressurreição de Jesus) como dia da reunião dos discípulos e discípulas de Jesus para celebrar sua memória.
As outras festas e tempos, formando o ano litúrgico (ciclo natalino, ciclo pascal, tempo comum) foram organizados pouco a pouco. Ao longo do ano, nos oferecem textos bíblicos, salmos e outros cantos, orações, prefácios... que nos ajudam a aprofundar e assimilar o que Cristo significa para nós. Cada tempo ou festa litúrgica tem sua espiritualidade específica e realiza em nós com sua força sacramental uma característica de Jesus, um de seus 'mistérios':
No advento, a alegre e confiante expectativa da vinda do Reino;
No Natal, a proximidade do Deus-Conosco, que se manifestou fazendo-se um de nós;
Na quaresma, a conversão pascal;
No tríduo pascal e no tempo pascal, a fé e a certeza da vitória que vem do amor incondicional de Deus, revelado na cruz de Cristo;
No tempo comum, com um ciclo de três anos do lecionário dominical, o seguimento de Jesus, passo a passo, em sua caminhada missionária;
Nas festas dedicadas a Maria, aos mártires e outros santos, a fidelidade, o testemunho, a santidade, a vivência das bem-aventuranças.
Assim, dia a dia, semana após semana, ano após ano, vamos sendo 'moldados', transformados, pela celebração dos mistérios de Cristo.
Todo ano comemoram-se duas grandes festas: Páscoa e Natal. A Páscoa é mais importante que o Natal. É a maior festa cristã, porque celebra a ressurreição de Jesus. Ambas as festas são precedidas por um tempo de preparação. 
  O ADVENTO é o tempo de espera e de vigilância, apontando  pistas dos sinais do Reino, é o tempo de preparar para acolher a presença de um Deus que vem ao nosso encontro. As antigas comunidades cristãs, quando começaram a celebrar o Natal, o fizeram, ao mesmo tempo, como o desdobramento da alegria pascal e como celebração do início do mistério da salvação. E assim como a festa da páscoa era preparada por um tempo de jejum e escuta da Palavra, colocaram também um tempo de preparação antes da festa do Natal. A Palavra Advento, como tantos outros termos importantes do cristianismo, foi tirada do vocabulário pagão, e significa chegada ou vinda. Ao longo do tempo, foi assumindo o sentido tanto do nascimento do Senhor (o Senhor veio!), quanto da preparação para este evento (o Senhor vem!) e também da espera da segunda vinda de Cristo (o Senhor virá!). 
A liturgia ocidental, nas duas primeiras semanas do Advento, acentua a espera da segunda vinda de Cristo no final dos tempos, enquanto nas outras duas semanas coloca a ênfase na preparação para a solenidade do Natal. 
 Celebrar o período do NATAL é sentir de fato a presença do eterno "hoje" salvador, como obra da Trindade! Presença com sabor de Páscoa, pois é a partir da Páscoa que podemos viver o Natal como festa da luz, da vida, de paz!
Especificamente o dia de natal celebra o Cristo que nasce em Belém da Judéia, em noite fria (inverno), mas traz do céu o calor vitalizante da santidade de Deus, em mensagem de paz dirigida, sobretudo aos pobres, com quem se identifica mais plenamente, cumulando-os das riquezas do Reino. Sua "noite feliz" sinaliza para a "noite fulgurante" da Sagrada Vigília Pascal do Sábado Santo, onde as trevas são dissipadas, definitivamente, pela luz do Cristo Ressuscitado. O seu nascer nos faz olhar o adiante do renascer das trevas tornando-se novamente luz resplandecente.
            O tempo do natal de prolonga nas solenidades da Sagrada Família, Santa Maria Mãe de Deus, Epifania do Senhor e Batismo do Senhor.
            Segue o ciclo do TEMPO COMUM.
Começa esse tempo litúrgico na segunda-feira após a Festa do Batismo do Senhor, ou na terça-feira, quando a Epifania é celebrada no dia 7 ou 8 de janeiro, hipótese em que o Batismo do Senhor é celebrado então na segunda-feira. Na terça-feira de Carnaval, o Tempo Comum se interrompe, reiniciando-se na segunda-feira depois do Domingo de Pentecostes e prolongando-se até o sábado que precede o primeiro Domingo do Advento.
O TEMPO COMUM ocupa a maior parte dos nossos dias. São 33 ou 34 semanas, distribuídas entre os dois tempos especiais do ano litúrgico: o natal e a páscoa. Ocupa praticamente a metade do ano, com algumas semanas entre o natal e a quaresma e a parte mais longa depois de pentecostes até a festa de Cristo Rei, que marca o fim do ano litúrgico.
O Tempo comum pode ser vivenciado ainda nos três anos litúrgicos: A, B e C. Vejamos:
No ano A, ouvimos atentamente o Evangelho segundo Mateus. O Cristo, qual novo Moisés, nos leva, em comunidade, como Igreja, a nos despojar de nosso tradicionalismo para nos abrir ao novo que Deus vai revelando no hoje da história; não são nossas práticas que nos salvam, mas a fé, a adesão a Cristo, a partir de nossa pequenez, a partir de nossa pobreza.

No ano B, Marcos é nosso guia. Coloca-nos frente a frente com Jesus Cristo que é Messias que vem instaurar o reino de Deus, porém não de maneira clara, explícita; nem vem de forma triunfante, mas como servo sofredor, perseguido, executado na cruz.

No ano C, é Lucas quem nos conduz; ele insiste no seguimento radical de Jesus, ensina-nos a orar, a amar, a perdoar, a nos deixar guiar pelo Espírito, a levar em conta as mulheres, a colocar no centro de nossa vida o acolhimento e a preocupação com os pobres... Toda esta lenta e progressiva caminhada do tempo comum vem de encontro a uma clara característica de nossa vida: somos chamados a descobrir nosso caminho, passo a passo; somos chamados a crescer no amor, a amadurecer, aprendendo muitas vezes, a duras penas, através do sofrimento e do acúmulo de experiências.

O tempo QUARESMAL é apresentado como a preparação para a páscoa, recordação e preparação para os sacramentos da iniciação cristã e período de prática da penitência. Porém a referência à escuta mais freqüente da Palavra de Deus, a oração mais intensa, a catequese.
Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira da Semana Santa, realiza-se a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão e a conversão espiritual. Ou seja, a humanidade deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre sua vida e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.

Quanto ao tríduo pascal, que vai da tarde da quinta-feira santa à tarde do domingo da ressurreição, constitui a celebração “da morte, da sepultura e da ressurreição” do Senhor.
Na origem, a sexta e o sábado foram caracterizados pelo jejum, o domingo pela alegria, sem que houvesse qualquer celebração, a não ser a vigília. O tríduo pascal constitui uma realidade essencial e pressuposta para que a noite pascal se revista plenamente do seu sentido: com efeito, ela é a passagem do jejum à festa, como foi, para o Cristo, a passagem da morte para a vida.
Pelo jejum, participa-se da paixão e da morte de Cristo; pela alegria, se participa da ressurreição.
            A quinta feira santa é marcada pelas instituições: da eucaristia, do serviço, do sacerdócio; a sexta e o sábado pelo jejum.

As solenidades no ano litúrgico são:
       Santíssima Trindade. Celebra-se no domingo seguinte ao de Pentecostes.
       Sagrado Corpo e Sangue do Senhor. Celebra-se na quinta-feira após a solenidade da Santíssima Trindade.
       Sagrado Coração de Jesus. Sua celebração se dá na 2ª sexta-feira após "Corpus Christi".
       Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. É celebrada no último domingo do Tempo Comum, ocupando o lugar do 34º domingo.
       Também no Tempo Comum são celebradas algumas festas do Senhor. Estas, quando caem no domingo, ocupam o seu lugar. São elas:
       Apresentação do Senhor. Celebra-se no dia 2 de fevereiro.
       Transfiguração do Senhor. Sua celebração é em 6 de agosto.
       Exaltação da Santa Cruz. Celebra-se em 14 de setembro.
       Solenidades dogmáticas:
1.      Santíssima Trindade (primeiro domingo depois de pentecostes);
2.      Corpus Christi (quinta-feira depois da Trindade);
3.      Sagrado Coração de Jesus (2º domingo depois de Pentecostes);
4.      Cristo Rei (último domingo do tempo comum).

Além das "festas do Senhor" acima referidas, outras festas e solenidades são celebradas no Tempo Comum, pertencentes então ao "Santoral".

 Vejamos uma tabela com os esquemas temáticos dos tempos privilegiados :

ADVENTO:
I DOMINGO
 O anuncio “o senhor vem”
II DOMINGO
Ministério de João “preparai-vos”
III DOMINGO
Ministério de João “alegrai-vos o senhor esta perto”
IV DOMINGO
O mistério da encarnação

 As primeiras leituras e segundas leituras inserem neste quadro.
TEMPO DO NATAL
NATAL
SAGRADA FAMILIA
OITAVA DO NATAL  1 º JANEIRO
II DOMINGO DEPOIS DO NATAL
EPIFANIA DO SENHOR
 BATISMO DO SENHOR

O TEMPO QUARESMAL – ligação entre os temas batismo e penitência
 Temática do Evangelho:

A
B
C
I DOMINGO
JEJUM E TENTAÇÃO
JEJUM E TENTAÇÃO
JEJUM E TENTAÇÃO
II DOMINGO
TRANSFIGURAÇÃO
TRANSFIGURAÇÃO
TRANSFIGURAÇÃO
III DOMINGO
AGUA VIVA
ANUNCIO DA PAIXÃO
APELO A CONVERSÃO
IV DOMINGO
LUZ - CEGO
ANUNCIO DA SALVAÇÃO
O PAI MISERCORDIOSO
V DOMINGO
VIDA - LAZARO
VALOR DA MORTE
APELO: PERDÃO

Temática das leituras:
I DOMINGO
As origens da historia da salvação
II DOMINGO
Abraão
III DOMINGO
Moises
IV DOMINGO
O povo da antiga aliança na terra prometida
V DOMINGO
Os profetas anunciam a nova aliança



Como a liturgia é ação simbólica, também as cores nela exercem um papel de vital importância, respeitada a cultura de nosso povo, os costumes e a tradição. Assim, é conveniente que se dê aqui a cor dos tempos litúrgicos e das festas. A cor diz respeito aos paramentos do celebrante, à toalha do altar e do ambão e a outros símbolos litúrgicos da celebração. Pode-se, pois, assim descrevê-la:
 Cor roxa
Usa-se: No Advento, na Quaresma, na Semana Santa (até Quinta-Feira Santa de manhã), e na celebração de Finados, como também nas exéquias.
 Cor branca
Usa-se: Na solenidade do Natal, no Tempo do Natal, na Quinta-Feira Santa, na Vigília Pascal do Sábado Santo, nas festas do Senhor e na celebração dos santos. Também no Tempo Pascal é predominante a cor branca.
 Cor vermelha
Usa-se: No Domingo da Paixão e de Ramos, na Sexta-Feira da Paixão, no Domingo de Pentecostes e na celebração dos mártires, apóstolos e evangelistas.
 Cor rosa
Pode-se usar: No terceiro Domingo do Advento (chamado "Gaudete") e no quarto Domingo da Quaresma chamado "Laetare"). Esses dois domingos são classificados, na liturgia, de "domingos da alegria", por causa do tom jubiloso de seus textos.
 Cor preta
Pode-se usar na celebração de Finados
 Cor verde
Usa-se: Em todo o Tempo Comum, exceto nas festas do Senhor nele celebradas, quando a cor litúrgica é o branco.
Nota explicativa: Se uma festa ou solenidade tomar o lugar da celebração do tempo litúrgico, usa-se então a cor litúrgica da festa ou solenidade. Exemplo: em 8 de dezembro, celebra-se a Solenidade da Imaculada Conceição. Neste caso, a cor litúrgica é então o branco, e não o roxo do Advento. Este mesmo critério é aplicável para a celebração dos dias de semana.
Tempo pascal

Primeira leitura
Segunda leitura
 evangelho
Domingo da páscoa
 Ressuscitou.

A
B          
C
=
Comemos e           bebemos com ele depois que ele ressuscitou dos mortos
A
B          
C
=
 Esforçai-vos para alcançar as coisas do alto, onde esta Cristo
A
B          
C
= Ele devia ressuscitar dos mortos.
2º domingo da páscoa
Aparições
A  /todos que abraçavam fé viviam unidos
B / um só coração e uma são alma
C / multidões cada vez maiores aderiam ao senhor pela
A / pela ressurreição, ele nos fez nascer de novo
B/ Todo aquele que nasceu de Deus , vence o mundo.
C/ estive morto mas agora estou vivo para sempre
A
B          
C
= oito dias depois Jesus entrou.
3º domingo da páscoa
Aparições
A / não era possível que a morte o dominasse
B/ vos matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou.
C/ disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo
 A / fostes resgatados pelo precioso sangue de Jesus
B/ ele é a vitima da expiação pelos nossos pecados
C/ o cordeiro imolado é digno de receber o poder.
A / reconheceram-no no partir do pão
B assim esta escrito. O messias sofreara e ressuscitará
C/ Jesus aproximou-se, tomou-o pão e distribuiu–os a eles
4º domingo da páscoa
 O bom pastor
A /  Deus constituiu-se Senhor  e cristo
B em nenhum outro há a salvação
C/ eis que nos voltamos para os pagãos
A/  voltarei aos pastores de vossas vidas
B/ veremos a deus tal como ele é
C/ o cordeiro vai apascentar e os conduzirá as fontes...
A/ eu sou a porta das ovelhas
B/o bom pastor é que da vida por suas ovelhas
C/ eu vos dou um novo mandamento
5º domingo da páscoa
Discurso da ceia 
( testamento)
A / escolheram sete homens repletos do Espírito.
B/ contou-lhes como tinha visto o Senhor no caminho
C/ contaram tudo o que deus fizera no meio deles
A / vos sois a raça escolhida o sacerdócio do reino
B/ este é o meu mandamento: que creamos e amemos...
C/ deus enxugara todos as lagrimas dos seus olhos
A / eu sou o caminho a verdade e a vida
B / quem permanece em mim e u nele produz muitos frutos
C/ eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros
6º domingo da páscoa


A / impuseram-lhes as mãos e eles receberam o espírito
B/ o dom do espírito santo sobre os pagãos
C/ decidimos , o espírito santo e nós , não vos impor
A / Sofreu a morte na sua existência humana , mas recebeu nova vida
B/ Deus é amor
C/ Mostrou-me a cidade santa descendo do Céu.
A / eu rogarei ao  Pai e ele Dara outro defensor
B / Ninguém tem maior amor do que aquele que da a vida
C/ O  Espírito Santo vos recordara tudo o que eu ...
Ascensão
A
B          
C
= Jesus  foi levado ao céu a vista deles
A/ e o fez sentar-se a sua direita no céus.
B/ a estatura de Cristo  em sua plenitude
C / Cristo entrou no próprio céu.
A/ toda autoridade me foi dada  no céu e sobre a terra
B/ Foi levado ao céu e sentou-se a direita de deus
C/ enquanto os abençoava... Foi levado para o céu
7 º domingo da páscoa
A / dedicavam-se a  oração em comum
B/ é preciso que um deles se junte a nos para testemunhar
C/ Estou vendo o filho do homem, a direita de Deus
A/ se sofreis... por causa do nome de Cristo , sois felizes
B/Quem permanece no amor, permanece em  Deus
C/ Cristo entrou no próprio céu
 A / pai glorifica teu nome
B/ para que eles sejam um, assim como nos somos um
C/ para que eles cheguem a unidade perfeita
Pentecostes
A
B          
C
=todos ficaram cheios do Espírito santo e começaram falar ...
A
B          
C
= fomos batizados num só espírito para formarmos um só corpo
A
B          
C
= Como o pai me enviou, assim também eu vos envio: recebam o espírito de Deus

 No Brasil e em outros países a celebração da ascensão foi transferida , do dia próprio que é quinta da sexta semana , para o domingo seguinte , As  leituras assim omitidas do 7 domingo podem ser lidas no sexto domingo.

“A celebração do Ano Litúrgico é uma forma de a gente lembrar, ao longo da caminhada, a presença dinâmica de Deus em meio a seu povo. E, lembrando, unimo-nos e nos comprometemos com ele. Celebrando a Páscoa de Jesus, fazemos hoje, nele, a nossa Páscoa. Celebrando o Natal de Jesus, fazemos hoje, nele, o nosso Natal. Celebrando o Advento... de Jesus, ele se manifesta a nós e nos faz caminhar mais depressa em direção ao Reino. Foi por isso que o papa Paulo VI disse que a celebração do Ano Litúrgico não é só recordação de um fato passado, mas ‘goza de de força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã’”.